Visita do Papa Francisco é "confirmação da independência" de Timor-Leste
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O Papa Francisco terminou hoje a visita a Timor-Leste, deixando palavras de encorajamento aos timorenses para manterem a sua liberdade e individualidade face a "crocodilos" que se querem apoderar da sua cultura. Timorenses viveram momento de "união" que vieram reforçar as celebrações dos 25 anos do referendo que levou à independência do país.
O Papa Francisco encerrou hoje a visita de três dias a Timor-Leste, mobilizando quase metade do país que o seguiu até à capital, Díli. Em entrevista à RFI, a a irmã Luciana, religiosa timorense da congregação Escravas da Santíssima Eucaristia e da Mãe de Deus, considerou que não há palavras para definir estes últimos dias em Timor-Leste.
"Esta visita para mim foi enorme satisfação em termos de ser como irmã, como também timorense. Sinto uma alegria enorme em participar aqui. Eu já participei nas Jornadas Mundiais em Portugal, mas é diferente viver uma visita do Santo Padre aqui em Timor. Sentir que aqui é mais uma confirmação de que a minha fé e também a fé católica aqui em Timor. Precisamos sobretudo este apoio cada vez mais do nosso líder. Sentimos esta emoção que não dá para descrever, não dá para falar, não dá para contar com em palavras", indicou.
A visita do Papa Francisco teve início na segunda-feira com uma cerimónia de boas-vindas na Presidência timorense e encontros com as autoridades, na terça-feira realizo uma grande missa em Tasi Tolu perante quase metade da população do país e hoje encontrou-se com a juventude antes de partir para Singurapura, última paragem deste périplo aisático.
Esta visita decorreu poucos dias depois de Timor ter celebrado os 25 anos do referendo que levou à indendência do país e para a irmã Luciana esta visita veio coroar estas celebrações, reforçando a singularidade deste país onde 99,6% da população é católica.
"É um coroar e uma confirmação da própria identidade da nossa, que é cristã. Essa visita tão importante, para nós é a confirmação da nossa identidade timorense. Não só como nação. É sobretudo aquilo que o Papa Francisco falou de que a riqueza ou tesouro de uma sociedade não são as suas riquezas naturais. Digamos aqui em Timor, que é o caso do petróleo e gás natural e outras coisas, mas sobretudo o povo em si, o povo e as pessoas em si que vivem nesta nação. E para nós, sobretudo, é uma confirmação da independência", disse esta religiosa.
A irmã Luciana viveu ainda sob o domínio da Indonésia e lembrou o "medo" dos timorenses face às autoridades que os impediam de se exprimir em português e de manterem as suas tradições.
"Quando os indonésios estiveram cá, estávamos a viver debaixo do domínio dos indonésios e estávamos com medo. Eu ainda senti aquele medo em que expressava a nossa fé de uma forma muito tímida e também, sobretudo a palavra medo em si quase que cobre todo toda a religião católica. Aqui em Timor, quando viviam os indonésios, porque nós não podíamos rezar em português nem nada disso. Mas agora eu sinto essa liberdade de expressar a nossa fé de uma forma alegre e de uma forma convicta. Sentimo-nos unidos esses dias e eu estive fora de Timor durante 21 anos e sinto que Timor está muito avançado em termos de muitas coisas", concluiu.
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